sexta-feira, 31 de julho de 2009
Violência de Género com Keira Knightley
As autoridades de censura do Reino Unido proibiram a exibição deste anúncio de televisão no qual a atriz Keira Knightley é maltratada pelo namorado, por considerá-lo "muito duro" para ser divulgado no meio de comunicação.
Na mensagem, de dois minutos e que faz parte de uma campanha contra a violência doméstica, Knightley interpreta uma atriz que volta para casa e é agredida várias vezes pelo namorado, que inclusive a chuta quando ela está no chão.
Clearcast, o organismo encarregado de supervisionar o conteúdo dos anúncios publicitários no Reino Unido, argumentou hoje que essas cenas são excessivamente violentas e, por isso, pede que sejam eliminadas para que a mensagem possa ser exibida na televisão.
Dirigido pelo cineasta britânico Joe Wright - que trabalhou com a atriz em "Desejo e Reparação" -, o objetivo do anúncio é mostrar à sociedade que a violência de género não acontece só nas classes sociais menos favorecidas, como explicou a própria Keira Knightley durante a apresentação da campanha, em 4 de abril.
A organização "Women's Aid", responsável pela ideia, lamentou profundamente a decisão dos censores, já que, em sua opinião, "vai impedir a sociedade de ver a realidade do maus-tratos às mulheres".
No entanto, a associação considera que a campanha "já foi um êxito" se for levado em conta o grande número de pessoas que viram o anúncio na internet e o debate público que gerou.
quinta-feira, 30 de julho de 2009
quarta-feira, 29 de julho de 2009
segunda-feira, 27 de julho de 2009
"O video da obra de António Costa em revista"
"Não estando longe da verdade, isto serve para descontrair um pouco o ambiente crispado pelo nível de palavras e actos da candidatura de António Costa". - in "Blog - Lisboa com Sentido", 26 Julho 2009
domingo, 26 de julho de 2009
As (in)verdades do Partido Socialista
Resposta de Santana Lopes a "Lisboa, a verdade como ela é"
No vídeo "Lisboa, a verdade como ela é" do actual Presidente da Câmara António Costa, surge Santana Lopes a afirmar que «o passivo da Câmara é de 1700 milhões», mas a candidatura do socialista contrapôs que «o passivo da Câmara Municipal de Lisboa no final de 2008 era de 1500 milhões de euros».
Hoje, a candidatura do social-democrata recorda uma entrevista de António Costa de 16 Julho, na qual o socialista indica que o passivo da autarquia é de «1700 milhões de euros».
sábado, 25 de julho de 2009
Um Gay assumido no Parlamento
Miguel Vale de Almeida poderá ser o primeiro deputado gay assumido.
Agora Vale de Almeida protagoniza um facto histórico: candidato no 7.º lugar na lista de Lisboa do PS, tornar-se-á o primeiro homossexual assumido a entrar no Parlamento português — pela mão do PS e não do Bloco de Esquerda, apesar de o mesmo Miguel Vale de Almeida, fundador e antigo dirigente do Bloco, de onde saiu em 2006, ter pedido sempre para não ser posto em lugar elegível. Aliás, o Bloco nunca fez eleger, nem isso vai acontecer nas listas deste ano, nenhum deputado activista gay.
Integrado no mais moderado dos movimentos que fundaram o Bloco de Esquerda (Política XXI, de Miguel Portas), Vale de Almeida afastou-se em 2006 por se sentir "saturado de uma organização partidária". Agora confessa que "estava em afastamento ideológico". "Sempre tive uma grande dificuldade em lidar com aqueles aspectos da esquerda radical. E vivia num impasse: ou ficava a bater-me para fazer vingar as minhas ideias ou saía."
Concorre como independente nas listas do PS — "não tenho nenhum interesse em juntar-me a um partido e em fazer carreira política". "Continuo a achar que estas pessoas todas que estão entre o Bloco de Esquerda e o PS gostavam de ver um BE mais moderado e um PS mais à esquerda", diz.
Quando chegar ao Parlamento, a primeira das suas tarefas será protagonizar o combate pelo casamento entre homossexuais, caso o PS tenha maioria.
"É natural que o PS espere que eu tenha um papel nisso. É uma luta importantíssima, para arregaçar as mangas", diz Vale de Almeida, que, no entanto, não quer ser acantonado exclusivamente a essa questão. "Gostava de me dedicar às questões de direitos, liberdades e garantias, da discriminação em geral."
Inês de Medeiros foi a outra surpresa das listas do PS, indicada para terceira em Lisboa, uma lista encabeçada por Jaime Gama e Vera Jardim.
Os nomes foram ontem aprovados pela comissão política, que só começou depois de fechada esta edição. Havia conflitos no Porto — onde Pedro Baptista, representante da minoria derrotada, ameaçava interpor uma providência cautelar contra a lista aprovada na distrital — e em Coimbra, onde a insistência de Sócrates em colocar Paulo Campos, Secretário de Estado Adjunto e das Obras Públicas, no terceiro lugar, estava a incendiar os ânimos. A distrital queixa-se de que, se Paulo Campos ficar com o terceiro lugar, os três primeiros candidatos não são de Coimbra, o que se torna aborrecido para combater o PSD liderado por um Paulo Mota Pinto nascido e criado na cidade. A número 1 da lista do PS de Coimbra é Ana Jorge e a número 2 é a actual deputada Antónia Almeida Santos.
No Porto ficou Alberto Martins, o líder parlamentar, em primeiro lugar, com Teixeira dos Santos, o Ministro das Finanças, em segundo. Foi o caso mais polémico da feitura das listas, porque a distrital pretendia que Teixeira dos Santos fosse o número 1. A hipótese de o ministro liderar Aveiro também ficou afastada: será Maria de Belém Roseira a número 1 por Aveiro.
Em Setúbal, para um distrito mais obreirista, foi o Ministro do Trabalho e da Solidariedade. Em Beja previa-se que repetisse Pita Ameixa, o líder distrital que já tinha sido cabeça em 2005. O mesmo em Bragança, onde Mota Andrade deverá ser novamente o número 1. Em Vila Real é Pedro Silva Pereira a liderar e em Santarém Jorge Lacão. Para Leiria foi enviado Luís Amado, o Ministro dos Negócios Estrangeiros, que foi rejeitado pela anterior distrital pela qual se candidatou, Viana do Castelo. Em Viana, os dirigentes locais exigiram ser eles a indicar o número 1 — que será a actual deputada Rosalina Martins.
António José Seguro deverá repetir a eleição pelo distrito de Braga. Na Guarda é o presidente da federação local, José Albano. Em Évora e Portalegre estava previsto que repetissem Carlos Zorrinho e Miranda Calha, assim como José Junqueiro em Viseu. Nos Açores lidera Ricardo Rodrigues e na Madeira Bernardo Trindade.
in "i", 25 Julho 2009
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Outro "Tio" mentiroso...
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Bertolt Brecht
Dificuldade de Governar
1.
Todos os dias os Ministros dizem ao povo
Como é difícil governar.
Sem os Ministros
O trigo cresceria para baixo em vez de crescer para cima.
Nem um pedaço de carvão sairia das minas
Se o Chanceler não fosse tão inteligente.
Sem o Ministro da Propaganda
Mais nenhuma mulher poderia ficar grávida.
Sem o Ministro da Guerra
Nunca mais haveria guerra.
E atrever-se ia a nascer o sol
Sem a autorização do Führer?
Não é nada provável e se o fosse
Ele nasceria por certo fora do lugar.
2.
E também difícil, ao que nos é dito,
Dirigir uma fábrica.
Sem o patrão
As paredes cairiam e as máquinas encher-se-iam de ferrugem.
Se algures fizessem um arado
Ele nunca chegaria ao campo sem
As palavras avisadas do industrial aos camponeses: quem,
De outro modo, poderia falar-lhes na existência de arados?
E que seria da propriedade rural sem o proprietário rural?
Não há dúvida nenhuma que se semearia centeio onde já havia batatas.
3.
Se governar fosse fácil
Não havia necessidade de espíritos tão esclarecidos como o do Führer.
Se o operário soubesse usar a sua máquina
E se o camponês soubesse distinguir um campo de uma forma para tortas
Não haveria necessidade de patrões nem de proprietários.
E só porque toda a gente é tão estúpida
Que há necessidade de alguns tão inteligentes.
4.
Ou será que
Governar só é assim tão difícil porque a exploração e a mentira
São coisas que custam a aprender?
Bertolt Brecht
Canção que cantaria Zeca Afonso a Manuel Alegre
Vampiros
No céu cinzento sob o astro mudo
Batendo as asas
Pela noite calada
Vêm em bandos
Com pés veludo
Chupar o sangue
Fresco da manada
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada
A toda a parte
Chegam os vampiros
Poisam nos prédios
Poisam nas calçadas
Trazem no ventre
Despojos antigos
Mas nada os prende
Às vidas acabadas
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada
Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhes franqueia
As portas à chegada
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada
No chão do medo
Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos
Na noite abafada
Jazem nos fossos
Vítimas dum credo
E não se esgota
O sangue da manada
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada
São os mordomos
Do universo todo
Senhores à força
Mandadores sem lei
Enchem as tulhas
Bebem vinho novo
Dançam a ronda
No pinhal do rei
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada
Se alguém se engana
Com seu ar sisudo
E lhe franqueia
As portas à chegada
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada
José Afonso
Revolucionário para algumas coisas... Tenha vergonha na cara!
Só da Rádio Difusão Portuguesa e agora mais a Reforma de Deputado
Mais de três mil euros mensais por poucos meses de trabalho na RDP. Vice-Presidente da AR garante que não se lembrava que tinha direito à reforma e diz que vai receber «um terço» enquanto for Deputado.
Manuel Alegre vai receber uma reforma de 3.219,95 euros mensais pelo cargo de coordenador de programas de texto da Rádio Difusão Portuguesa que ocupou por alguns meses. A informação faz parte da lista dos aposentados e reformados divulgada pela Caixa Geral de Aposentações (CGA), citada pelo Correio da Manhã.
Em declarações ao jornal, Alegre garantiu que nem se lembraria da reforma, se não fosse a CGA a escrever-lhe uma carta. O deputado explicou que foi funcionário da RDP durante «pouco tempo», já que começou a trabalhar na rádio quando voltou do exílio, após o 25 de Abril, e saiu em 1975 quando foi eleito deputado, cargo que ocupou desde então. «Nunca mais lá trabalhei, mas descontei sempre», disse o deputado.
Alegre disse ainda ao Correio da Manhã que vai receber «um terço da reforma», já que a lei não lhe permite acumular o vencimento de Deputado com uma reforma.
Quando questionado sobre se não lhe «parecia mal» receber uma pensão por ter trabalhado tão pouco tempo, o Vice-Presidente da Assembleia da República afirmou apenas que «é legal». E recordou o exemplo de outros políticos que também recebem pensões além do vencimento. «O Presidente da República também não recebe duas ou três reformas do Estado, além do vencimento? Mas eu nem questiono que ele é uma pessoa séria».
in "Diário Iol", 25 Julho 2006
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Manuel Alegre reformado com três mil euros por três meses na RDP
O Deputado do PS Manuel Alegre foi reformado este mês com 3219,95 euros mensais por ter desempenhado, segundo o próprio, durante “pouco tempo”, funções de “Coordenador de Programas de Texto” da RDP (Rádio Difusão de Portugal), segundo a lista dos aposentados e reformados divulgada pela Caixa Geral de Aposentações (CGA). O “Correio da Manhã” de hoje avança que o vice-presidente da Assembleia da República esteve apenas três meses como director dos Serviços Criativo e Culturais da RDP.
Apesar de garantir ao “Correio da Manhã” que sempre descontou por esse cargo na RDP, Manuel Alegre confessa que “se não fossem eles [CGA] a escrever” uma carta a informá-lo da reforma “nem teria dado por isso”.
O candidato derrotado nas últimas eleições presidenciais afirma que vai optar por receber o ordenado como Deputado e um terço da reforma que agora lhe foi concedida.
Manuel Alegre entrou para a RDP logo depois de ter regressado do exílio em Argel, pouco depois do 25 de Abril. Mas assim que foi eleito Deputado do PS, nas primeiras eleições democráticas para a Assembleia Constituinte, em Abril de 1975, nunca mais desempenhou trabalho efectivo no cargo para o qual fora designado. Alegre revela, no entanto que, caso alguma vez não tivesse sido eleito, “teria regressado para a RDP”.
Quando questionado pelo “Correio da Manhã” sobre o tempo de trabalho efectivo na RDP e o valor da reforma agora divulgado, Manuel Alegre fez questão de sublinhar que tudo “é legal”.
Sobre o facto de este cargo não ser referido na sua biografia do Parlamento, o Deputado do PS confessa que houve “uma lacuna” que não é da sua responsabilidade.
in "Público", 25 Julho 2006
quarta-feira, 22 de julho de 2009
O Triunfo da Imbecilidade
O dia de hoje é um manifesto da capacidade do Real Madrid em vender a sua imagem ao mundo, mas é também a prova de acefalia das televisões que vêem nesse negócio uma forma de lucrarem à custa da alarve disponibilidade das multidões para perderem minutos, horas, das suas vidas a seguir de perto qualquer banalidade quotidiana da vida de um ídolo.
Já ninguém pensa em remunerar com fama os cientistas, ou os músicos, até num país, como o nosso, que tem entre as suas poucas glórias o facto de eleger um poeta como símbolo do seu dia nacional. A vida não se faz apenas de altos desígnios, da grandeza da ciência ou da genialidade das artes. A vida faz-se também com paixões prosaicas como as que os grandes dribles ou remates de Ronaldo proporcionam. Mas uma coisa é exaltá-lo no seu palco, no relvado onde exprime o seu talento. Outra é pegar nesse talento para o transformar numa espécie de Deus vivo cujos gestos mais ínfimos têm de merecer a nossa atenção.
O que hoje se viu na multiplicação de directos de Ronaldo é o aproveitamento de um génio para chegar a uma criação artificial que rende audiências e, por causalidade, dinheiro. Muito dinheiro. Nada disto seria censurável se o peso do exagero não convertesse o desfile num episódio que suscita asco e lamento.
Ronaldo não tem culpa, nem o Real Madrid, ou, com alguma complacência, as televisões. Quem tem, afinal, culpa é a cultura dominante que cada vez mais relativiza o essencial e se deleita com a imbecilidade. Oitenta mil em Madrid para ver Ronaldo no Santiago Bernabéu e mais uns milhões a seguir pela TV o seu percurso até à sacralização? Pobre Espanha, pobres de nós.