Manuel Maria Carrilho defendeu na TVI24 que a decisão de Papandreou de levar a referendo uma nova ajuda externa à Grécia, foi uma
"jogada genial", uma vez que devolve ao povo o poder da decisão, ou seja, o factor democracia.
"Eu acho que no poker europeu é uma jogada genial, um lance genial de Papandreou. No sentido em que vai alterar os dados, todos os dados do jogo. Introduz um factor que é a democracia".
Carrilho considerou ainda que Papandreou não tem nada a perder.
"Eu não compreendo que se esteja a dizer aos gregos, há não sei quantos meses, paguem as dívidas, e quando se apela ao voto, se diga: não se pode, os gregos não podem decidir o seu destino. Colocaram Papandreou numa situação que ele não tem nada a perder".
Em Setembro, Passos Coelho não afastava a possibilidade de um novo pedido de ajuda externa a Portugal face a um cenário inesperado da Grécia. "Estamos à beira de uma situação de grande incerteza, senão de incumprimento por parte de um Estado da União Europeia e do euro, pelo que essa situação poderia trazer para Portugal consequências desastrosas, sobretudo ao nível do financiamento da banca e da economia, que é uma situação que precisamos de nos proteger", (...) "se alguma coisa muito negativa acontecer na Grécia, poderá haver necessidade de reforço da ajuda do sistema financeiro português e até do próprio Programa de Assistência Externa".
Pois, neste cenário, está na hora de lançar um cartão vermelho ao Governo de Passos e exigir um "Referendo".