Números do outro mundo em Odivelas
Há 6 anos
Lê-se num comunicado divulgado no site da Presidência da República que "O Presidente da República desmente categoricamente qualquer tomada de posição, que lhe seja atribuída, relativamente à dimensão ou estrutura de um futuro Governo e reafirma a sua rigorosa imparcialidade no que respeita à campanha eleitoral em curso".
Tem sido um bailarino nas opiniões que chegam
As declarações de Passos Coelho sobre a "reavaliação" da lei do aborto, a sua disponibilidade para convocar "um novo referendo", bem como o recuo posterior, quando o PS lhe caiu em cima, revela um amadorismo político imperdoável, para um challenger do Poder. O líder do PSD, que tem procurado marcar diariamente a agenda, obrigando o PS a ir atrás (e evitando, ao mesmo tempo, esclarecer como aplicará o memorando assinado com a troika...), tinha todos os temas do mundo, menos este, para desenvolver: o desemprego, as PPP's, a bancarrota, os impostos, as contradições do Governo, as meias verdades de Sócrates, as marteladas no Orçamento de Estado, a deterioração da Justiça, a falta de meios das polícias, o ataque à classe média, o estrangulamento das empresas (incluindo as exportadoras)... O que quisesse. Mas não: Passos Coelho não encontrou melhor tema, entre aqueles que realmente preocupam os portugueses, do que o da revisão da lei da IVG!
Esta gente do PSD está cada vez mais kitsch.
Num encontro com imigrantes na Amadora, o candidato do PSD a Primeiro-Ministro de Portugal teve a coragem de dizer que "Posso-vos garantir que eu sou o mais africano de todos os candidatos ao Parlamento que existem em Portugal" (...) "E, não querendo que isto seja uma desculpa, que não é, a verdade é que podem ter a certeza de que eu tenho uma sensibilidade muito especial para tudo o que são os problemas destas comunidades. A minha raiz pessoal está muito ligada a África, também. Praticamente posso dizer que casei com África" (Palmas) (...) "É verdade, porque a minha mulher é da Guiné-Bissau, é de Bissau, e, portanto, a minha filha mais pequenina também é africana. É verdade, também tem uma costela africana" (...) "o Parlamento português pudesse também ter pessoas ligadas às comunidades africanas e até ao Brasil,e lamento que o PSD não tenha conseguido ainda desta vez encontrar alguém que pudesse funcionar como um símbolo especial dessa ligação. Mas não desistirei disso"