segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Vara deixa Presidência do Millenium

No decurso da operação «Face oculta» foram efectuadas 30 buscas, domiciliárias e a postos de trabalho, e 14 pessoas foram constituídas arguidas, incluindo Armando Vara



O pedido de suspensão de mandato de Armando Vara no BCP vai aplicar-se também à presidência do Millenium Angola, disse à Lusa fonte próxima do processo.
Uma situação que ocorre naturalmente, já que os cargos que Armando Vara ocupava – a presidência do Millenium Angola e a vice-presidência do Banco Internacional de Moçambique – eram em representação do banco português.
Por ter efeitos imediatos, a mesma fonte avançou ainda que a suspensão representará um corte na remuneração deste responsável no BCP, até alteração, ou não, desta situação.
Em comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o presidente do Conselho Geral e de Supervisão do Millennium BCP adianta que recebeu terça-feira, “com efeitos imediatos, um pedido de suspensão do mandato como vice-presidente e membro do conselho de administração executivo que lhe foi apresentado” por Armando Vara.
Este pedido “será submetido à reunião do Conselho Geral de Supervisão do próximo dia 11 de Novembro”, conclui Luís de Melo Champalimaud, no comunicado.
A Polícia Judiciária (PJ) desencadeou no dia 28 de Outubro a operação “Face Oculta” em vários pontos do país, no âmbito de uma investigação relacionada com alegados crimes económicos de um grupo empresarial de Ovar que integra a O2-Tratamento e Limpezas Ambientais, a que está ligado o empresário Manuel José Godinho, que está em prisão preventiva, no quadro deste processo.
No decurso da operação foram efectuadas cerca de 30 buscas, domiciliárias e a postos de trabalho, e 14 pessoas foram constituídas arguidas, incluindo Armando Vara, vice-presidente do Millennium BCP, José Penedos, presidente da Rede Eléctrica Nacional (REN), e o seu filho Paulo Penedos, advogado da empresa SCI-Sociedade Comercial e Industrial de Metalomecânica SA, de Manuel José Godinho.
Um administrador da Indústria de Desmilitarização da Defesa (IDD) também foi constituído arguido no processo “Face Oculta”, segundo o Presidente da EMPORDEF, a holding das indústrias de defesa portuguesas.

Texto: Manuela Sousa Guerreiro
Foto: Bruno Barata
in “Semanário Novo Jornal (Angola)”, pág. 4, 6 Novembro 2009

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