domingo, 28 de março de 2010

Hungu


Debaixo do sol de África, um menino caminha no deserto com os seus familiares.

A morte está chegando, mas o espírito de uma mãe, ressuscitada pela música dará a força e a vida ao menino quando se converta num homem.

O realizador combina a animação em 2D numa tabela gráfica com a calidez da animação da areia, unindo assim a modernidade e a tradição, Brasil e África, a música e a memória.

Para além do desenho e o lado humanista na sua perspectiva, o Hungu destila a elegância e o poder sugestivo de uma história sem tempo.

O Hungu é um instrumento musical de África, antepassado do berimbau brasileiro.

As suas origens remontam a uma antiga tradição. Inspirado pela graça e beleza crua das pinturas rupestres de África, Nicolas Brault aplica os seus dotes narrativos num mundo onde os seres humanos e a natureza estão subtilmente vinculados.

O Hungu, também conhecido em certas partes de Angola como "mbulumbumba", é considerado pelos musicólogos do mundo inteiro como a origem pré-histórica de todos os instrumentos modernos de corda.

Os escravos africanos levaram-no para o Novo Mundo, durante o infame tráfico negreiro.

Este interessante e apaixonante instrumento de corda, não é mais do que a transformação do arco (zagaia) do caçador-recolector da pré-história. E como todo o homo sapiens sapiens saiu de África, o Hungu foi levado para fora da mãe-África logo nas primeiras migrações da humanidade, há muitos milhares de anos, para dar origem a harpas, violinos, alaúdes, cítaras, liras, guitarras...

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